Instinto ou técnica?
- Bibi Bottenberg

- 16 de dez. de 2020
- 2 min de leitura
Noto que a mulher, quando gestante, escuta das pessoas dois lados bem antagonistas da amamentação: ou falam que é natural, lindo, mágico, a melhor coisa da maternidade; ou que é muito difícil, dolorido, não sustenta e esgota a mulher a ponto de nem valer a pena tentar.
Até começar a trabalhar com a temática, era do time de que a amamentação é natural, e que caso tivesse algum problema, precisava apenas de alguma ajuda com pega e posicionamento. Depois de tantos atendimentos, mudei de ideia.
Somos biologicamente determinadas a amamentar? Sim, afinal de contas, somos mamíferas. Mas amamentar é um ato que está socialmente condicionado.
Vivemos em uma sociedade que vem, pelo menos desde a década de 1960, sofrendo com o constante e agressivo marketing das indústrias de substitutivos de leite materno. Além disso, com a queda da taxa de natalidade, convivemos, desde crianças, com poucas ou nenhuma mulher no pós-parto. Quantas de nós só foi segurar um recém-nascido pela primeira vez quando já era o nosso próprio bebê?
Falando em infância, levanta a mão quem nunca brincou de ninar uma boneca que vinha com o quê? A dupla chupeta e mamadeira!
Juntando os elementos dessa equação, fica fácil entender como a cultura do desmame, ou como prefiro chamar, cultura da mamadeira e do leite em pó, permanece como sendo o esperado, o normal. Logo, não acredito em defender a ideia de que é natural dar de mamar se nunca vi isso acontecer e sendo que só brinquei de alimentar meu bebê com uma mamadeira.
Por isso compartilho tanto o que venho aprendendo. Há a parte intuitiva? Claro! Mas é preciso falar da parte técnica, desse passo a passo da mamada e de como as coisas ocorrem.
O jogo já vem virando, acredite. Tem muitas mulheres fazendo trabalhos incríveis por aí, divulgando o aleitamento e formas de fazê-lo. Quem sabe, em algumas décadas, não podemos ver tantas mulheres aleitando a ponto de, novamente, vermos isso como o natural.
Um beijo, Bibi






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